26 de março de 2010


Encontrei-te, por acaso, entre o meu caminho. Não foi propositado, nem imaginei a guerra que se pôs. Sobre esferas, procurei equilibrio de sentimentos. Fazias-me pensar, ainda que pouco, no que não eras. Os bicos pontiegudos da esfera faziam feridas profundas mas que a pele não libertava sangue. Era uma guerra tão menos fria, tão menos promenorizada. Entrar em guerra, era como fugir do pó que causa problemas, na cidade. E refugiar-me, raptar-te, por aí. Envolvida num sorriso que é só teu, quis olhar para o fundo, quis interrogar o meu mundo, quis pôr-te nele, segurar-te na minha esfera, envolver-te num cobertor de recordações e mostrar-te quem sou.
Vais embora, cedo demais.

23 de março de 2010

"(...) há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos."

19 de março de 2010

Velho e novo "tu"

Às vezes...
Não ! 
Tantas vezes, dou por mim a pensar em ti, o que eras para mim... O que és e serás para mim. O que não serás para mim... Penso e repenso vezes sem fim o que nos terá acontecido. Onde está o nosso nós agora ?! Onde estás tu que dizias gostar tanto de mim ? Onde estás ? Tu não estás mais, aquele teu "tu" está tão longe, tão ausente, frio e tão distante. Não sei se aquele "tu" volta, se o teu "tu" regressa um dia... Não te reconheço, não te conheço ! Não sei quem tu és... Não sei se te quero conhecer de novo. Não sei se há futuro para nós, para o teu velho "tu" e para o teu novo "eu", comigo. Não me és familiar, nem próximo. Já não és meu amigo, meu companheiro, minha alma-gémea. Já não és o meu número um. Já não és o meu amor... Já não és.

16 de março de 2010

" (...) ser livre é não ser escravo das culpas do passado nem das preocupações do amanhã. Ser livre é ter tempo para as coisas que se ama. É abraçar, entregar-se, sonhar, recomeçar tudo de novo. É desenvolver a arte de pensar e proteger a emoção mas a cima de tudo, ser livre é ter um caso de amor com a própria existência e desvendar todos os seus mistérios."

15 de março de 2010

" (...) A vontade de gritar bem alto:
O meu amor morreu
Todo o mundo há-de ouvir
Todo o mundo há-de sentir
Tenho a força de mil homens
Para o que há-de vir
Vai haver um outro alguém
Que me ame e trate bem
Vai haver um outro alguém
Que me ouça também
Vai haver um outro alguém
Que faça valer a pena
Vai haver um outro alguém
Que me cante este poema"

@ DA WEASEL

12 de março de 2010



"Páro o relógio. Bato com ele contra as paredes, esmago-o, deixo-o cair, calco-o. Não quero ler o tempo. Não quero ve-lo, nem sabé-lo, nem pensá-lo. Não quero vê-lo porque sei que demorará horas. Horas em que o prazer será nulo, em que o ar não será lívido. Quero gritar, gritar com o contra-relógio do meu coração. Sim, tenho um contra-relógio no meu coração. Ele parou. Também parou. Também o parei. Não quero ver que os segundos te levaram, ou que as horas te fizeram rir. Quero esconder-me por baixo de um lençol e dormir. Dormir para matar o tempo. Homícidio calculado ao mais reduzido pormenor. Vai dar certo. Liberta-lo-ei, um dia. Fa-lo-ei pedir-me desculpa por toda esta insegurança. Vou girar na esfera do sono, até me apetecer liberta-lo. Até ter um motivo para o fazer. Vou esmaga-lo no regaço e esquecer-me do ar lá fora. Vou escrever "morte" em todos os pontos do plano frontal do meu orgão vital. Vou quebrar as artérias e cerrar os dentes. Vou desenhar borrões negros e pintar os olhos carregados. Vou sorrir nas fotografias para parecer bem. Mas a morte cardíaca, está aqui, até um dia qualquer."

7 de março de 2010

Raiva. Ódio. Mal-estar. Falta de paciência. Agonia. Irritação. Vontade de gritar.

5 de março de 2010

A ansiedade mata-me ...

... e as minhas toneladas de orgulho , protegem-me !

4 de março de 2010

“Podias ter-me dito que ias sair da minha vida. A paixão é mesmo isto, nunca sabemos quando acaba ou se transforma em amor, e eu sabia que a tua paixão não iria resistir à erosão do tempo, ao frio dos dias, ao vazio da cama, ao silêncio da distância. Há um tempo para acreditar, um tempo para viver e um tempo para desistir, e nós tivemos muita sorte porque vivemos todos esses tempos no modo certo. Podias ter-me dito que querias conjugar o verbo desistir. Demorei muito tempo a aceitar que, às vezes, desistir é o mesmo que vencer, sem travar batalhas. Antigamente pensava que não, que quem desiste perde sempre, que a subtracção é a arma mais cobarde dos amantes, e o silêncio a forma mais injusta de deixar fenecer os sonhos. Mas a vida ensinou-me o contrário. Hoje sei que desistir é apenas um caminho possível, às vezes o único que os homens conhecem. Contigo aprendi que o amor é uma força misteriosa e divina. Sei que também aprendeste muito comigo, mais do que imaginas e do que agora consegues alcançar. Só o tempo te vai dar tudo o que de mim guardaste, esse tempo que é uma caixa que se abre ao contrário: de um lado estás tu, e do outro estou eu, a ver-te sem te poder tocar, a abraçar-te todas as noites antes de adormeceres e a cada manhã ao acordares. Não sei quando te voltarei a ver ou a ter notícias tuas, mas sabes uma coisa? Já não me importo, porque guardei-te no meu coração antes de partires. Numa noite perfeita entre tantas outras, liguei o meu coração ao teu com um fio invisível e troquei uma parte da tua alma com a minha, enquanto dormias.”

3 de março de 2010


"they can say in those wonderful words that you just don't understand
i can show you the way but i know that you'll never be there
all the time
, all the shine of your eyes i would never forget
all i know there's no time, there's no life, there is no turning back"

2 de março de 2010

"Tu ainda não me disseste nada
E a medida que os meses passam,
o teu nada, torna-se no meu tudo.
Eu não sei se o teu coração é surdo,
Mas quem me dera que o meu fosse mudo."