24 de fevereiro de 2010


"Decido. Quero fazer-te uma ferida funda que não cures sem a minha saliva. Depois, quando a dor desaparecer, a cicatriz lembrar-te-á de mim. Levar-me-ás sempre contigo, andes tu por onde andares. Não quero de ti coisa nenhuma. Apenas que não me apagues como a uma coisa vulgar. Quero que me sintas em ti todos os dias, todas as horas. Sem solução. Não é líquido que te mate. Não é isso que quero. Quero apenas que sintas, ainda que de outra forma, ainda que por outra razão, a dor fininha que deixaste quando fechaste a tua porta na minha vida e saíste.(...) E a cicatriz que te deixar, se insistires em fugir, há-de doer-te tanto que me implorarás pela paz que me levaste e depois serei eu a deixar-te ao relento em todas as noites geladas, a maldizeres a vida por não conseguires dormir."

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