27 de fevereiro de 2010


" (...)  eramos bons nesta coisa de nos amarmos. Com segredos e manhas que mal sabíamos que as tinhamos e juntos fomos descobrindo. Porque uma mão acalmava a outra e despedia-se dela sem nunca mais dizer adeus. Porque os lábios quando se tocavam aproximavam a alma e nós eramos bons nesta coisa de nos amarmos. Aprendemos juntos. Por aqueles caminhos e outros. Fomos indo. Por onde nos levavam os nossos pés. Ou as nossas mãos que eram arrastadas pela outra tal o desejo de proximidade. Porque a mão apertava a outra, asfixiava os dedos, cortava a circulação só para não haver dúvidas, que já não eram bem vindas. Porque eramos bons nesta coisa de nos amarmos. Fomos juntos por areia e alcatrão, pedra de calçada e cimento, água e ar. Fomos indo. Porque onde nos levavam os nossos lábios que teimavam em seguir os lábios do outro. Porque o olhar prendia-se naquela cumplicidade que fomos aprendendo juntos, naquela certeza que já se sabia como é. Já não é. Porque eramos bons nesta coisa de nos amarmos. Fomos indo. De olhos fechados e semi-cerrados. É que os lábios não se descolavam e nós íamos indo. Por ai. Às cegas e apalpadelas para ver quem éramos. E para sentir o que eramos. Aprendemos juntos. Fomos indo por ai. Porque a pele sentia-se em casa. Aconchegava a alma. Sentia-se viva. Sentia-se completa. Porque eramos bons em nos amarmos. Fomos indo por caminhos em aberto, uns conhecidos, outros não. Mas íamos. De mãos dadas e olhos semi-cerrados... Havia vícios que compensavam. Fomos indo lado a lado para parar em algum lado. Parámos aqui, nem a metade do caminho que nos esperava. Já não vamos indo. É melhor abrires tu os olhos que os meus lábios já te  largaram. Mas eramos bons nesta coisa de nos amarmos."

25 de fevereiro de 2010

Espero . Sentada . Desespero . Ofuscada . Grito . Calada . Fico . Parada . LEVANTO-ME . Irritada

24 de fevereiro de 2010


"Decido. Quero fazer-te uma ferida funda que não cures sem a minha saliva. Depois, quando a dor desaparecer, a cicatriz lembrar-te-á de mim. Levar-me-ás sempre contigo, andes tu por onde andares. Não quero de ti coisa nenhuma. Apenas que não me apagues como a uma coisa vulgar. Quero que me sintas em ti todos os dias, todas as horas. Sem solução. Não é líquido que te mate. Não é isso que quero. Quero apenas que sintas, ainda que de outra forma, ainda que por outra razão, a dor fininha que deixaste quando fechaste a tua porta na minha vida e saíste.(...) E a cicatriz que te deixar, se insistires em fugir, há-de doer-te tanto que me implorarás pela paz que me levaste e depois serei eu a deixar-te ao relento em todas as noites geladas, a maldizeres a vida por não conseguires dormir."

23 de fevereiro de 2010

"Se fosse pintora era capaz de desenhar a tua cara e o teu corpo em meia dúzia de traços. O nariz afilado, os olhos redondos, a boca enorme, o olhar de criança, as mãos longas e fortes, a cintura estreita, as costas em V, o pescoço de garça, o cabelo em desalinho, as pernas magras e os pés de estátua. Quando te conheci não imaginei que serias uma parte da minha vida. Agora, quando olho em volta e te vejo em objectos e memórias. Imagino-te por perto, em silêncio, abraçado a mim a caminhar pelas ruas da tua cidade de chocolate. E depois oiço as tuas gargalhadas, a voz meiga, e sinto as tuas mãos a levantarem-me pela cintura como se pesasse pouco mais do que uma flor e sinto-me feliz outra vez."

22 de fevereiro de 2010

"(...) eu quero estar lá quando tu tiveres de olhar para trás. Sempre quero ouvir, aquilo que guardaste para dizer no fim. eu não te posso dar aquilo que nunca tive de ti, mas não te vou negar a visita às ruinas que deixaste em mim. Se o nosso amor é um combate então que ganhe a melhor parte. O chão que pisas sou eu!O nosso amor morreu, quem o matou fui eu!"

21 de fevereiro de 2010

Paremos com isto de vez para, finalmente, a paz definitiva assentar. Aproveitemos todas as restantes partículas de paciência e espírito. Deixemos que tudo se apague, que tudo se afunde nas profundezas, que tudo esmoreça, que tudo desapareça no sopro do vento. Analisemos o complexo da situação, para que assim possamos permitir o fim do colapso. Deixemos de sustentar esta profunda leviandade, numa tentativa de estabelecer o sentimento insignificante: desprezo.

20 de fevereiro de 2010


"Fica comigo mais uma vez, vem rir do mundo e adormecer nos meus braços, abrir o teu coração e sonhar acordado, vem ter comigo hoje..."

19 de fevereiro de 2010

Não tenho hipoteces ! Hoje apercebi-me . Entendi que não vale a pena .. Não vou lutar , não me vou esforçar ! Não vou fazer rigorosamente nada . Nada nem ninguém me vai fazer mudar de ideias . Acaba ainda antes de ter começado !

11 de fevereiro de 2010

"o que é, o que é
Clara e salgada,
cabe em um olho e pesa uma tonelada,
tem sabor de mar,pode ser discreta,
inquilina da dor, morada predileta.
na calada ela vem,
refém da vingança,irmã do desespero,
rival da esperança,
pode ser causada por vermes e mundana
ou pelo espinho da flor,
cruel que você ama,
amante do drama,
vem pra minha cama,
por querer, sem me perguntar me fez sofrer,
e eu que me julguei forte,
e eu que me senti,
serei um fraco,
quando outras delas vir,
deixa eu caminhar contra o vento,
do que adianta eu ser durão e o coração ser vulnerável (....) "

10 de fevereiro de 2010


"Tu és tu, não precisas de mostrar nada do que não és."

Amo-te hoje ainda mais do que ontem, e não imaginas o quanto te amava ontem.

9 de fevereiro de 2010

"Eu gostei de ti desde o começo
Individei-me com o teu preço
Um dia encontrei o meu amor-veneno
A velha inimiga do nosso tempo"

@HALLOWEEN

8 de fevereiro de 2010

Não me apetece !

5 de fevereiro de 2010

" (...) you ain't seen the best of me yet, give me time and i'll make you forget the rest

4 de fevereiro de 2010



"Domina ou cala.
Não te percas, dando
Aquilo que não tens"

1 de fevereiro de 2010


« Já fizeste um dominó? Já pensaste que a existência humana é tantas vezes assim? Passamos dias, semanas, meses, anos, a construir os nossos sonhos e, num breve instante, alguém tropeça neles e tudo se desfaz e desmorona, numa sucessão de azares impossível de travar.
Quando o meu dominó começa a cair, junto-lhe mais peças na cauda e aproveito para limpar fantasmas na enxurrada. Ao menos sofro tudo de uma vez, condenso a frustração num par de dias e fico a enxugar a tristeza até ela secar ao sol.
Depois, com muita calma, começo a montá-lo outra vez e, aos poucos, vejo-o a crescer sozinho, como se o embate que fez cair as peças tivesse o poder de as levantar.
A esta capacidade rara de transformar problemas em soluções e encontrar novos caminhos em encruzilhadas já chamaste persistência e sentido de justiça.
Sou e serei a mulher mais persistente que se cruzou no teu caminho, nunca conhecerás outra que acredite tanto na justiça dos seus sonhos e que, por isso mesmo, nunca desista deles. »